"Barrão, o Porco Rebelde: Amores, Aventuras e Tojos no Caminho"

12-11-2024
Minha mãe, criadora de porcos na pacata aldeia, sempre teve um jeito com os animais, mas nunca se preocupou muito com detalhes técnicos. Um dia, entre uma conversa e outra, alguém sugeriu que um dos porcos dela talvez não tivesse sido capado.

Bem, só percebi isso depois de muitos episódios de rebelião na pocilga. E como se tratava do meu favorito, dei-lhe um nome à altura:
Barrão. Um nome pomposo para uma figura, no mínimo, excêntrica.

Barrão e eu tínhamos uma conexão única. Crescemos juntos, eu tinha 10 anos de idade, e eu cuidava dele como se fosse uma mascote de estimação.

Mas ele era bruto! A cada dia, Barrão se afirmava mais, quase como se estivesse num treinamento secreto de jiu-jitsu suíno. Era só alguém se aproximar que ele arreganhava os dentes e avançava, com um focinho pronto para "redecorar" as canelas dos desavisados. A aldeia já sabia: onde Barrão estava, era território de ninguém.

Como o ditado diz, fama corre, e a do Barrão chegou aos ouvidos dos vizinhos, que começaram a fazer fila.

De repente, todo mundo tinha uma "humilde porquinha" precisando de uns serviços... E lá ia eu, com o Barrão pela estrada, como quem leva um cãozinho a passear. Naquela época, era permitido guiar os animais com uma corda.

A cena era hilária: eu, o Barrão imponente ao meu lado, e as pessoas desviando caminho com medo.

Chegávamos ao destino, e o Barrão começava a "dança" dele: achava que estava a caminho de um motel de luxo, e marchava com um entusiasmo que fazia até os galos das redondezas acordarem.

Mas em vez de um motel, ele deparava-se com a corte da porca da vizinha — simples, com tojo no chão. E, ainda assim, ele ficava entusiasmado, como se estivesse a entrar no Hotel Ritz.

O Barrão dava o seu show, com a dona da casa a observar, intrigada.

Eu, com minha varinha de direção, orientava o meu destemido Barrão para o encontro incondicional com sua parceira porquinha. E depois de uns "oinks" de contentamento e um pouco de poeira levantada, voltávamos, com a missão cumprida.

A viagem de volta era sempre um espetáculo à parte.

Barrão caminhava ao meu lado, de ar triunfante e satisfeito, resmungando como se estivesse a contar uma anedota.

Imaginava ele, talvez, que estava no auge da fama, a caminho do cinema, pronto para novas aventuras.

Mas chegávamos a casa, ele jogava-se no chão e dormia, ressonando como nunca, já a sonhar com o próximo "encontro romântico".

  "Barrão não sabia de regras ou complicações. Ele simplesmente vivia o momento, com coragem e um entusiasmo contagiante. Às vezes, somos nós que complicamos as coisas – talvez fosse melhor seguir o exemplo do Barrão: sem pressa, sem medo, apenas aproveitar a jornada com um sorriso e um focinho bem levantado."

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